segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Limpando a sujeira dos homens

Artigo encomendado pelo site openDemocracy, sobre o primeiro ano da Presidência Dilma Rousseff, contrapõe o trabalho feminino ao mau comportamento masculino no governo.

Por um lado, impossível não comentar sobre a queda de cinco ministros em casos de corrupção, sem contar com as acusações mais recentes contra o ministro do Trabalho Carlos Lupi. Além disso, há também o episódio deselegante de Nelson Jobim que, quando ministro da Defesa, criticou publicamente as nomeações de Ideli Salvatti e Gleise Hoffmann.

Também não se pode fugir ao fato de que há uma certa continuidade nos escândalos de corrupção que vem desde o governo Lula. Afinal, Orlando Silva foi nomeado em abril de 2006; Wagner Rossi, em abril de 2010; Alfredo Nascimento serviu entre 2007 e março de 2010 e voltou em janeiro de 2011, com Dilma; e Carlos Lupi está no governo desde março de 2007, o início do segundo mandato de Lula.

Ao mesmo tempo, Dilma Rousseff tenta seguir em frente com a agenda social de Lula. Ela iniciou seu mandato com um aumento de quase 20%, em média, no Bolsa Família, que beneficia já mais de 50 milhões de pessoas, em um país onde, segundo os últimos dados do IBGE, os 10% mais ricos detêm mais de 40% da renda nacional e metade da população vive com menos de 400 reais por mês.

Em junho, Dilma Rousseff lançou também o programa "Brasil sem miséria", que envolve oito ministérios e tem o objetivo de tirar 16 milhões de brasileiros da pobreza extrema, ou seja, de uma vida com menos de 70 reais por mês. O projeto inclui o Bolsa Família, um programa específico para compra de alimentos, um plano de capacitação técnica e profissional e o Bolsa Verde, que fornece incentivos financeiros a famílias muito pobres que desenvolvam práticas de conservação em áreas de proteção ambiental.

Nesse contexto, não são à toa as grandes expectativas em torno da reforma ministerial que Dilma promete para janeiro.

Veja o texto no openDemocracy.

3 comentários:

  1. é, parece que a corrupçao tem uma certa continuidade, a questao seria se essa continuidade nao data de mais tempo... talvez o governo FHC tenha sido menos corrupto (ou pelo menos teve menos escândalos, se a minha impressao daqui da europa ta certa), mas os governos anteriores... fora o fato que corrupçao é difícil de medir, é cuase como fazer estatística de crimes perfeitos, você nunca sabe se o criminoso trabalhou perfeitamente ou se foi a polícia que bobeou.

    isso nao é uma crítica, só uma pergunta. eu gosto dece site justamente pelo fato de que ele nao é em principio anti (antipetista ou antioposicionista).

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  2. Zedorock,

    Certamente data de mais tempo, mas isso, ao meu ver, não exime o governo, seja ele qual for, da responsabilidade sobre o problema. E você tem toda razão, as estatísticas sobre corrupção são muito complicadas e, em geral, dizem pouco sobre a realidade dos fatos. Fico feliz de saber que meu esforço de uma relativa neutralidade, se é que isso seja possível, lhe seja perceptível. Mais uma vez obrigado pela leitura.
    Um abraço,
    Arthur

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