quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Representação na linha de fogo

Nos próximos 120 dias, Congresso americano decidirá temas-chave da política nos EUA, com os piores índices de credibilidade da instituição nos últimos 20 anos.

Como mostra a análise de Mike Allen e Jim Vandehei, no Politico.com, além da intervenção na Síria, o Capitol terá que discutir, nos próximos meses, o orçamento da defesa, os gastos do governo Obama, a dívida interna, a sucessão no Banco Central, a questão da imigração e os custos e benefícios do Ato de Proteção e Cuidados Acessíveis ao Paciente (Patient Protection and Affordable Care Act), plano para a saúde pública americana lançado por Obama e conhecido como Obamacare.

Tanta responsabilidade, afirmam os autores, e um Congresso em tão baixa conta. Segundo uma pesquisa do Pew publicada no início do ano, apenas 23% dos americanos afirmam ter uma opinião positiva sobre o Capitol, o mais baixo índice nos últimos 20 anos. Como sugere o gráfico acima, entre 2009 e 2013 houve uma queda de credibilidade do Congresso americano em mais ou menos 25 pontos.

Na verdade, boa parte dos regimes democráticos experimentam, já há algum tempo, índices baixos de credibilidade das suas instituições. De acordo com o Eurobarômetro, em pesquisa de 1996, por exemplo, apenas 42% dos entrevistados na União Europeia confiavam em seus respectivos parlamentos e somente 39%, nos governos nacionais. Perguntados, na mesma pesquisa, sobre o grau de influência do cidadão nas decisões, 36% dos entrevistados responderam “não muita” e 38%, “nenhuma”.

No Brasil não ocorre diferente. Sondagem do Latinobarômetro afirma que, em 2010, apenas 43% dos brasileiros concordariam com a ideia de que "sem Congresso não há democracia". O índice foi, na época, o segundo pior entre todos os país da América Latina, três pontos apenas melhor que o do Equador (40%).

Na mesma direção, segundo o Latinobarometro, apenas 44% dos brasileiros concordariam em 2010 que "sem partidos não há democracia", o terceiro pior índice entre as nações latino-americanas, dois pontos apenas melhor que os números de Panamá e Equador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário