quinta-feira, 5 de abril de 2012

O estado do mundo, 2012

Worldwatch Institute lança seu balanço anual de olho na Rio+20

A organização ambiental Worldwatch Institute lança, no próximo dia 11 de abril, em Washington, seu balanço anual sobre o estado do planeta, o State of the World 2012: Moving Toward Sustainable Prosperity. Para a organização, 20 anos e muitas conferências depois da ECO 92, a humanidade nunca esteve tão perto do colapso ecológico.

Logo na apresentação do trabalho, cuja versão em português será lançada no Rio, nas vésperas da conferência da ONU na cidade, em junho, o instituto alerta para o fato de que hoje no mundo um terço da humanidade vive em situação de pobreza e 2 bilhões de novos seres humanos se juntarão a nós, 7 bilhões, nos próximos 40 anos. Com isso, pergunta o instituto, como proporcionar melhores condições de vida aos desprovidos que aqui estão, bem como àqueles que virão, sem causar novos danos ambientais a um planeta já em pleno declínio ecológico?

Como afirma o presidente da organização, Robert Engelman, no prefácio do mais novo State of the World, em algum momento as emissões chegarão a um pico e terão que declinar. Em algum momento, os índices de fertilidade terão que ser reduzidos.

"Este trabalho é o foco principal de um projeto mais amplo que continuará tentando chamar a atenção de todos para a necessidade de ações mais efetivas em prol de empregos e trabalhos mais limpos ecologicamente, fontes de energia mais sustentáveis, cuidados ambientais com a alimentação e a água potável, com os oceanos e as cidades", afirma Engelman. "Em suma, continuaremos tentando chamar a atenção de todos para a necessidade de uma prosperidade global mais equilibrada e que possa ser sustentável ao longo dos próximos séculos".

Apesar de muitas vezes ainda não levado a sério, o problema ambiental trouxe e traz grandes contribuições para o âmbito da cultura política. Não serão leis ou governos, apesar de importantes, os motores fundamentais de uma mudança nesse terreno. Será necessária toda uma nova cultura não só de produção e consumo, como normalmente se imagina, mas também e principalmente política. A questão energética, bem como a desigual distribuição da riqueza no mundo, por exemplo, são absolutamente dependentes de uma concepção de política internacional calcada na velha e violenta competição pelo poder, repleta de valores negativos como o egoísmo nacional e o materialismo. O debate sobre o meio ambiente questiona a reprodução sem reflexão, por governos, pessoas ou empresas, de práticas sociais e lógicas tão defasadas quanto destrutivas. Esta talvez seja sua principal contribuição.

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