domingo, 2 de junho de 2013

Pesquisa traça perfil do parlamentar no Twitter

Segundo análise de Jamil Marques e Jackson de Aquino, ambos da Universidade Federal do Ceará, um congressista relativamente jovem, com alta votação, early adopter das mídias digitais e integrante de um partido de esquerda é aquele que apresenta um perfil de uso mais intenso do microblog.

"Representação parlamentar no Twitter: Uma abordagem quantitativa", de Francisco Paulo Jamil Almeida Marques e Jackson Alves de Aquino, será apresentado no GT de Comunicação e Política da 22o Compós. O encontro anual da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação será realizado este ano na Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, entre os dias 4 e 7 de junho.

O trabalho, segundo seu próprio resumo, investiga o uso do Twitter por parte dos 458 deputados federais brasileiros registrados no microblog. Com base no volume de publicação de mensagens e o número de seguidores de cada representante, confrontados com variáveis de cunho individual e político, a pesquisa sugere que um parlamentar relativamente jovem, com alta votação, early adopter das mídias digitais e integrante de um partido de esquerda é aquele que apresenta um perfil de uso mais intenso do Twitter.

Além desse ponto, o trabalho levanta outras questões importantes. Entre outras coisas, por exemplo, os autores lembram que os estudos no campo realizados até o momento – ainda que esperançosos de uma interação mais intensa entre representantes e representados –  mostram que o uso do Twitter tem sido limitado pelos representantes à construção de imagens públicas. A ênfase no marketing pessoal, e não no engajamento dos usuários, é que, infelizmente, tem levado os representantes a assumir os riscos de se expor no microblog.

Dessa forma, afirmam os autores, os parlamentares têm feito um uso cauteloso das mídias digitais. Por um lado, o acompanhamento cotidiano de deputados que utilizam o Twitter permite perceber que tal ferramenta tem sido empregada na mobilização de grupos de apoio, com o intuito de sensibilizar para determinados projetos e causas. Por outro, há indícios de que os agentes do campo político estão sujeitos à crítica permanente e à possibilidade de serem mal compreendidos em seu discurso. "Um tweet mal redigido em um momento delicado reverbera na cobertura da imprensa, repercute junto aos cidadãos", afirma a pesquisa.

Com isso, deve-se ter em mente, segundo o estudo, que a utilização das ferramentas digitais não necessariamente significa maior interatividade do político com a esfera civil. De qualquer modo, para os autores, a tendência é a de que representantes e candidatos com necessidade de alcançar eleitorados mais amplos utilizem as novas mídias de modo mais frequente, ao menos em um contexto de "disputa pela construção e imposição de imagens públicas".

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