O site FiveThirtyEight, editado pelo estatístico americano Nate Silver, famoso pelos prognósticos para o campeonato de baseball e as eleições presidenciais nos Estados Unidos, publicou agora em meados de março uma excelente análise de Dorothy Kronick sobre o que está por trás da excessiva polarização política na Venezuela. A autora é estudante de doutorado na Universidade Stanford.
A partir do diagnóstico de que são as classes média e alta que protestam hoje contra o presidente Nicolás Maduro, e não a classe mais baixa, a autora pergunta: se ambos os grupos sofrem com o atual racionamento de alimentos, altíssima inflação e um perigoso contexto de violência social, o que os divide em relação ao governo em Caracas? Para Kronick, a resposta está no fato de que detratores e defensores do atual governo venezuelano avaliam o chavismo de forma diferenciada. Enquanto aqueles pró-oposição comparam a situação atual da Venezuela com o desenvolvimento histórico recente de outras nações latino-americanas, partidários do regime bolivarista analisam o momento em relação ao passado pré-Hugo Chávez.
Nesse contexto, Kronick lembra que, após a bonança dos anos 1970, os choques do petróleo e as crises dos anos 1980 e 1990 geraram um "pesadelo econômico". Nesse sentido, em relação ao desastre anterior, a Venezuela demonstrou recuperação após a chegada do socialismo bolivariano. A renda subiu e a pobreza caiu, como mostram os gráficos 1 e 2 abaixo, com base em informações do Banco Mundial e do Banco Central venezuelano.
Gráfico 1
Gráfico 2
Gráfico 3
Na comparação com o desenvolvimento de outros países da América Latina, a Venezuela não vem se saindo bem. Os gráficos 4, 5 e 6 mostram isso, no que diz respeito à média do crescimento do PIB per capita entre 1999 e 2012 (Gráfico 4), à inflação média anual no mesmo período (Gráfico 5) e à média anual de redução da mortalidade infantil no intervalo (Gráfico 6). As colunas em vermelho representam a posição venezuelana em meio a outras nações do continente.
Gráfico 4
Gráfico 5
Gráfico 6
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